Essa é uma daquelas histórias inspiradoras, que recenderiam uma grande obra bibliográfica, mas esse é um breve resumo sobre o passado de Denise Pini, antes de fundar o Brechó Capricho à Toa. Denise, veio de Penápolis para São Paulo, com os pais e irmãos.
Após se casar, em 1972, deu à luz ao seu filho e atual sócio: Régis Pini. Apesar de ter entrado na USP em 1973, estudado letras e inclusive ter ministrado aulas de português para filhos de imigrantes japoneses, o seu amor pela moda falou mais alto.
Acostumada a ajudar os pais na oficina de acessórios da família Pini, decidiu abrir sua própria confecção em 1976, que tinha como DNA o estilo Hippie&Chic. Além de vender as peças na USP, ela teve uma grande idéia, fazer um bazar.
Em 1978 em uma artística vila no bairro de Pinheiros, na Rua Cristiano Viana - berço da banda Titãs e artistas da Casa 7 - que Denise fez o primeiro bazar. No começo, de dois em dois meses, ela juntava seus amigos em um quarto, mas com o sucesso dos eventos, decidiu reformar o porão da casa e montou sua primeira loja permanente: o “Bazar Capricho à Toa”.
a história

Denise explica, que a ideia surgiu, após um pedido do filho, para que a mãe ficasse mais tempo em casa. Antes, ela tinha que sair para vender as roupas, então, abrir a loja no local que morava foi a solução para que ela pudesse trabalhar sem sair de casa e estar sempre perto do filho.
Todo Natal, ela fazia um bazar especial. O evento passou a ser um badalado point e chamou a atenção da imprensa. Além da peças da confecção, ela trazia artesãos da praça da república e outros artistas - inclusive - ela e um grupo de amigos, que fundaram a famosa Feira da Benedito Calixto.
Nos anos 90, Denise se mudou para uma vila na Rua Heitor Penteado. Lá nasceria o brechó, mas essa é outra história que você confere a seguir.


Com um pequeno investimento, Denise Pini abriu as portas do Brechó Capricho à Toa, em 1991. Na verdade, o brechó ocupava apenas um pequeno cômodo na casa em que ela morava. Ao invés de se especializar no vintage ou retrô como a maioria das empresas desse segmento, Denise optou por uma proposta inovadora: vender peças atuais e modernas.
Como todo case de empreendedorismo, que propõe uma ideia à frente de seu tempo - nesse caso, trabalhar com roupas e acessórios usados de coleções recentes - a empresa passava por dificuldades, pois havia perdido toda a clientela de Pinheiros, quando se mudou para o bairro do Sumarezinho.
Na época, com apenas uma funcionária e peças em consignação o movimento era fraco e consequentemente as vendas também.
Um dia, quando Denise estava pensando em fechar o brechó - e praticamente empacotando tudo para devolver aos seus fornecedores - uma jornalista ligou para fazer uma entrevista e perguntou como estavam os negócios.
Denise, aproveitou esse contato para fazer um marketing otimista e disse que com a crise do plano Collor em 1992, a venda e compra de produtos usados estava indo muito bem, o que não era verdade no caso dela.
A jornalista comprou a ideia e disse que um fotografo iria passar na loja para fazer uma foto. No dia seguinte, Denise desempacotou todas suas mercadorias, arrumou a loja e se produziu para a fotografia.
Sua imagem com peças e óculos escuro do brechó, foi estampada na capa do Jornal: O Estado de São Paulo. A matéria sobre o Capricho à Toa, que foi publicada no dia 8 de Março (Dia Internacional da Mulher) foi um marco e divisor de águas para a empresa.



Com a disseminação dessa matéria, em um importante periódico distribuído aos domingos em: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais, a repercussão foi imediata.
Apesar do grande preconceito da época, as pessoas começaram a ver o mercado de usados com outros olhos. Era uma oportunidade de ganhar dinheiro vendendo as peças, e também uma forma de economizar ao comprar roupas semi-novas.
Com foco em coleções recentes: de Grifes & Marcas, nacionais e internacionais, o brechó foi crescendo, ganhando fama e conquistando clientes e fornecedores fiéis, inclusive muitos deles ainda frequentam o brechó.
Atualmente, o Capricho à Toa se destaca como um dos maiores e melhores brechós do Brasil e é referência nesse segmento, devido ao seu pioneirismo e inovação.

A empresa que começou em um porão, no improviso e sem altos investimentos, foi conquistando seu espaço no mercado. Entre Dezembro de 2008 e Junho de 2009 o brechó passou por uma importante reforma, que elevou o padrão da loja e firmou o conceito de Brechó/Boutique.
Hoje o Capricho à Toa é considerado um shopping com preço justo e é muito além de um brechó. É uma grande família que conta com uma equipe de muitos colaboradores, três grandes sobrados que formam a área de vendas da loja e escritórios onde trabalham os setores de: ADM, RH, Compras (fornecedores), Marketing & Moda, Tecnologia da Informação e outros.
Esse é um breve resumo de um case de sucesso que tem muitas peculiaridades e fatos interessantes, que aconteceram nesses mais de 24 anos de trajetória. Com muitos planos para o futuro, a empresa ainda terá muitas histórias para contar.